23 de janeiro de 2011

Em paz em La Paz

E ai galera. Após um post em conjunto do Matheos e do Tomás da nossa aventura pelo deserto chileno e altiplano boliviano, farei agora um post da capital boliviana, a bela cidade de La Paz. De imediato nós tres concordamos que a cidade é muito legal, e muito diferente de tudo que já vimos antes. Imaginem uma grande metrópole encravada no meio dos andes... pois é, essa é La Paz. Transito caótico, milhares de pessoas na ruas, milhares de barracas de vendas, e um ar rarefeito. Mesmo com tudo isso, a cidade é muito interessante, principalmente para vivermos a cultura local mesmo, sem atrações turísticas e lugares mascarados; aqui vivemos a vida boliviana mesmo.




Chegamos aqui no dia 20 pela manhã, e a primeira coisa que fizemos após o check-in no hotel foi irmos a um restaurante muito bom, onde comemos muito, com direito à sobremesa e suco, por apenas 15 reais! Descobrimos que comer na Bolívia é o paraíso, e depois disso, foram 3 dias comendo do bom e do melhor, por um preço muito baixo.




Nosso primeiro dia foi dando uma passeada pelo centro, com a inédita companhia do nosso grande brother João Pedro, que chegou sem avisar (ele tinha dito que chegaria no dia seguinte) e se juntou a nós na nossa caminhada pelo centro da cidade. De noite, um jantar top novamente, por um preço baratinho! Depois de uma viagem inteira comendo mais ou menos, encontramos o paraíso culinário.

O dia seguinte foi a ida até a famosa montanha Chacaltaya, nos arredores de La Paz. Com seus mais de 5000m de altitude, a montanha é um mirante para a região, mas claro tem seu preço... uma subida pra lá de ferrada, e a quase morte dos réles mortais do nível do mar. Pensem num cansaço absurdo e uma tremenda falta de ar, foi mais ou menos isso. Enquanto o Tomás disparou, eu, Matheos e João Pedro ficamos pra trás, e para cada 10 minutos de caminhada, 20 de pausa. E a cada pausa vinha a alegria, pois ficávamos conversando e rindo muito; sempre bom quando amigos do ensino médio se juntam e ficam relembrando o passado. O topo de Chacaltaya era bastante frio e tinha uma bela vista. Tirei uma foto com a camisa do Corinthians no topo do mundo, e quase perdi minha mochila, salva por um são-paulino de Ribeirão Preto que estava no mesmo tour que nós.




Voltamos a La Paz fim da tarde e fomos ao Valle de la Luna (só eu e o JP, o Matheos e o Tomás voltaram pro hotel), um lugar bem interessante e com formações rochosas malucas.O que mais me chamou a atenção porém, foi a região ao redor do Valle. La Paz é muito pobre, e a cidade se parece com um favelão. Tudo é igual, casas mal acabadas, pequenas e de tijolo sem pintura. A região sul (onde fica o Valle de la Luna) é bem afastada do centro, e é muito, mas muito rica. Somente mansões enormes, resorts e campos de golf. Triste ver tanta desigualdade, mas fazer o que, é o mundo em que vivemos.





À noite saímos eu e o JP para comer numa churrascaria, muito boa! Comemos muito e tudo de altíssima qualidade, pelo valor de 21 reais cada, incluindo bebida e buffet de saladas. Voltamos pro hotel, jogamos uma partidinha de Ianov e fomos dormir.

O dia seguinte começou mal pra mim, estava me sentindo fraco em pleno aniversário. Acordamos super cedo para fazermos o downhill de bike, e pra nossa surpresa haviam cancelado o passeio. Acordamos às 6h30 por nada. Voltamos pro hotel e ficamos enrolando até a hora do almoço, quando fomos ao Burguer King. Maravilha pegar o sanduíche grande, com batata grande e coca grande por R$8.50. Tá, já encheu o saco eu ressaltar tanto os valores baixos da comida na Bolívia, prometo que será a última vez.

Fomos até a praça principal de La Paz e sede do governo, e estava havendo uma enorme celebração em homenagem ao primeiro aniversário de alguma coisa importante para eles, e o Evo Moralez estava fazendo um discurso. Ficamos lá por uns 20 minutos e depois fomos até um parque afastado de onde estávamos. Chegamos e fomos jogar Pebolim, pagamos 1 boliviano pra um menino de uns 10 anos muito engraçado. Jogamos umas 5 partidas e o moleque figura ali perto da gente sempre, inclusive tirando uma foto nossa, provavelmente a primeira que tirou na vida.





Depois demos uma andada por uma ponte, e avistamos vários campos de futebol e a galera jogando; eu e o Matheos não tivemos dúvida, a fome de bola falava mais alto após quase 30 dias sem jogar um futebolzinho. Fomos até um dos campos e sentamos pra assistir a partida rezando para que nos convidassem para jogar. O mais habilidoso dos que estavam jogando notou que assistíamos e a cada jogada olhava para ter certeza que vimos. Quando fazia um gol então, olhava escancaradamente cheio de orgulho. Após um tempo o Tomás perguntou se podíamos jogar e ele explicou que a quadra era paga e ele não era o organizador; desistimos. Voltamos para o hotel e eu comecei a me sentir muito mal, com uma baita dor de cabeça, resfriado e dor de garganta. Era quase 22h e eu fui dormir, enquanto os outros saíram para comer, e eu nem pra isso tinha forças. Só lembro deles voltando da janta, eu acordando zumbi e ganhando um pedaço de bolo de aniversário. Agradeci meio sem entender o que estava acontecendo, já que eu tava 90% dormindo e 10% acordado, e capotei novamente.




Hoje o Matheos e o Tomás foram fazer o downhill, e eu fiquei no hotel, pois estava um pouco mal ainda. Passei o dia inteiro trancado no quarto, dormindo, usando o computador e comendo o bolo. Foi um tédio total. Conversei com algumas pessoas, e isso salvou o dia. O JP voltou pra Santa Cruz de la Sierra, e amanhã (eu acho) voltará ao Brasil; apesar de tantas coisas frustradas, valeu a companhia do nosso grande parceiro.

Os dois voltaram do Downhill há pouco tempo, e estamos decidindo onde iremos jantar. O mais provável será uma pizza entregue, mas vamos ver. Um dos dois fará um post completo do Downhill, pois falaram muito bem dele.

Grande abraço a todos.

2 comentários:

Paulão disse...

Aloha!
Que maneiro que o JP se juntou a tchurma! Senti falta de fotos do Valle de la Luna...Uma sugestão: no post 3 dias no desrto legendar as fotos que são do Chile e as da Bolívia, pois ficou misturado e não sabíamos o que era o que...Os quilos pérdidos no perrengue do desrto foram recuperados em dobro pelo jeito na comilança de La Paz, agoar entendi porque geralmente os bolivianos, em especial o Evo são meio cheinhos, hehehe! Tudo de bom!
Abrax

lis onda disse...

Legal! Esta viagem cheia de detalhes e ar rarefeito...
Sempre muito gostoso ler o Blog!Todos os pontos de vista do alto, do baixo, da cidade e das comidas..
Melhoras João!! Boas energias para todos!!!