3 de fevereiro de 2011

Machu Picchu

Escrevo com algum atraso meu último post sobre relatos da viagem. O atraso ocorreu devido à correria do final de viagem, muito maior do que imaginávamos que seria. Machu Picchu, o principal tema desta postagem, foi algo muito mais cansativo do que podíamos pensar. Muito mais mesmo. Veremos por que...

Continuando de onde paramos, o dia seguinte começou bastante cedo. Levantamos, comemos algo rápido e fomos até a agência pegar o transporte rumo ao Vale Sagrado. Já nesse momento começou a correria, quando precisamos arrumar tempo sabe-se lá de onde para passar ainda nos caixas eletrônicos e sacar dinheiro. Além disso, o Tomás havia perdido seu cartão, e só conseguiria pegar sua grana numa agência da Western Union que era ainda mais longe. Loucura? Mais ou menos, correria atrás de correria mas no fim deu tudo certo.

No ônibus encontramos pessoas que já havíamos esbarrado pela viagem, o que nos faz questionar se é somente Florianópolis que é do tamanho de uma ervilha. Acho que a América do Sul faz parte desta metáfora como um todo. A primeira parada foi numa feira de artesanatos locais, onde além de algumas compras pudemos tirar fotos dentro de um cercado cheio de lhamas. Muito maneiro, curti demais esse animalzinho curioso.


Passamos depois Pisaq e Ollantaytambo, que são locais que nos tempo antigos eram também habitados por incas, assim como Machu Picchu. A arquitetura consiste em algo totalmente diferente dos padrões que conhecemos hoje em dia, é simplesmente sensacional e imperdível. Além disso a paisagem ao redor é maravilhosa, e fica fácil compreender o motivo dos incas considerarem as montanhas como algo sagrado.









Após Ollantaytambo nos separamos do grupo da excursão para tomar o trem que ia à Águas Calientes. Uma facada, por uma viagem de 2 horas eles cobram meros 35 dólares. Isso que pegamos o horário mais barato (noturno) onde não se consegue enxergar absolutamente nada da paisagem. Chegamos em Águas Calientes por volta das 23h e nos acomodamos no hostel que a agência havia reservado para nós. Bom, mas com muitas falhas, como o snack que haviam dito que dariam e não tinha e a falta de pessoas na recepção o tempo todo, o que em muitos momentos faz parecer um hostel fantasma.

Combinamos de acordar bem cedo no dia seguinte pois queríamos de qualquer maneira subir o Huayna Picchu, um monte ainda mais alto de onde é possível ter uma visão privilegiada do santuário de Machu Picchu. Para conseguir ir até este ponto é necessário muito esforço, pois todos querem subir e só há 400 vagas por dia, pelo fato de ser um local perigoso que não tem condição de muitos subirem ao mesmo tempo. Nosso cedo foi mais cedo que o habitual, colocamos o despertador para às... 2h30 da manhã! Claro que com o sono que estávamos o alarme quando tocou foi somente o aviso de que estava quase na hora e o suficiente para combinarmos de dormir mais uma horinha. O problema foi que nessa horinha seguinte não ouvimos o alarme tocar, o que praticamente acabou com nossas esperanças de subir o outro monte. Foi quando não sei como, por conta de que milagre, eu acordo às 4h40, olho o relógio e, extremamente revoltado com a nossa falha conjunta, acordo todo mundo e em questão de minutos ficamos prontos para sair. Começamos a caminhada e ainda estava totalmente escuro, não era possível enxergar nada, somente ouvir o forte rio que nos guiava pelo lado da estrada de terra batida. Chegamos ao pé da Grande Montanha e nunca em nossas vidas poderíamos imaginar o que nos esperava. Uma subida extremamente desgastante, entre escada de pedra muito íngrime, mato e uma altitude já considerável para quem está acostumado com o nível do mar. Exaustos chegamos ao topo um pouco antes das 6h, e felizmente conseguimos ficar entre os 150 primeiros que chegaram. Nossa entrada para Huayna Picchu estava garantida!

Como carimbo em nossa entrada, o sorriso no rosto e o cansaço no pulmão, entramos enfim no santuário sagrado de Machu Picchu. A primeira vista não poderia ser melhor, o local é maravilhoso e nada além do que todos falam. Espetacular. Muitas nuvens ainda rondavam pelo céu o que causava um efeito muito bonito juntamente com as montanhas e pedras. Não parávamos de tirar fotos pois o local era demais. Particularmente não encontrei lugar mais impressionante ao longo da viagem inteira.









Eu e o Tomás ainda fomos dar uma caminhada até a ponte inca, local que também rendeu belas fotos. Passamos por caminhos que beiravam o barranco, e qualquer erro poderia ser fatal. Como recompensa uma bela paisagem e fotos que não são possíveis em qualquer outro lugar deste mundo. Voltamos ao local das ruínas e demos uma descansada (entenda-se dormida mesmo), pois às 10h teríamos mais uma árdua trilha: a subida de Huayna Picchu.









Entre pedras, barranco, e belas vistas chegamos após cerca de duas horas de caminhada ao seu topo. A vista é realmente alucinante, e pudemos compreender perfeitamente o motivo de todos quererem subir tal lugar. Após algum tempo mais do que merecido de descanso lá em cima voltamos abaixo e muito cansados combinamos que nossa excursão extava chegando ao fim. Já não restava fôlego para mais nada e tudo que queríamos era um banho de água quente e uma cama para descansar.






Descemos e ficamos pela cidade esperando nosso trem, que só sairia às 19h30. Nesse meio tempo encontramos uma loja que possuía video-game com winning eleven e fizemos a festa, matando toda a saudade do joguinho que estávamos desde o início da viagem (Johnis freguesão). Fizemos uma janta e embarcamos no trem. Chegamos em Ollantaytambo novamente e lá havia, felizmente, a van da agência nos esperando para regressar até Cusco. Foram mais umas duas horas de viagem que nem notamos passar, pois cansados todos apagaram enquanto o ônibus andava.

Chegando em Cusco não pensamos duas vezes e fomos direto para o hostel dormir, pois no dia seguinte logo cedo (7h56) já tínhamos o vôo rumo a Lima. Nossa chegada no Brasil era para ter ocorrido ontem mas devido a um imprevisto que será contado pelo Tomás na próxima postagem chegamos somente hoje, exaustos e mais cansados do que nunca.

Minha participação no blog vai chegando ao fim, acredito que depois desse escreverei apenas mais um texto sobre minha visão geral desta viagem, que já posso adiantar, foi sensacional. Qualquer um que tiver a oportunidade de fazer algo parecido não hesite, vá em frente e não tenha medo, vale à pena demais. Podendo colaborar com futuras viagens, fico aberto a dar qualquer ajuda para quem precisar. Para isso deixo aqui meu e-mail: matheosdilucia@yahoo.com.br.

Para finalizar gostaria de deixar meu agradecimento à todos que acompanharam nosso blog, ele simplesmente fez muito mais sucesso do que poderíamos pensar. Pessoas que nunca imaginei que poderiam estar acompanhando estavam, e isso nos deixa ainda mais feliz. Neste momento temos quase 3500 visualizações em pouco mais de um mês, o que prova que se pelo menos os textos não eram tão agradáveis de ler pelo seu tamanho (desculpem mas não consigo ser muito sucinto, prometo que estou acabando), pelo menos as imagens agradaram.

Um abraço à todos e até um próximo mochilão!

Um comentário:

Paulão disse...

Esplendorosa Montanha Esplendorosa...
Não há dúvidas que o milenar e admirável povo Inca recebeu ajuda de nossos irmãos extraterrenos ou intraterrenos como algumas linhas de pensamento também gostam de chamá-los! Se nas fotos e também nos relatos percebemos sutilmente a magia e o poder do lugar, imagino ao vivo e a cores. Realmente a "Velha Montanha", que prefiro denominá-la de "Grande e Sagrada Montanha" é um Avatar da Natureza, um Altar Divino, onde Deus escolheu um povo evoluído demais para época e até nos dias de hoje para habitá-la. Um Império com uma cultura andina, que abrangeu diversos países, como Equador, Colômbia, Peru, Bolívia, Argentina e Chile cuja capital se localiza em Cusco, que em quíchua significa "Umbigo do Mundo", com mais de 700 dialetos...Berço da Santa Bebida, denominada Ayahuasca (Vinho da Alma), que era ingerida somente pelos Sacerdotes, com excessão da Grande Festa do Sol, onde o 'povão' também poderia se beneficar dos efeitos miraculosos e curativos da Santa Bebida. Uma religião totalmente embasada no Deus Inti (Sol) e que cultuavam animais, como o Condor, o Jaguar e acreditavm em um 'Criador de Tudo' (Viracocha) e tinham como ritualística máxima um culto fervoroso pelo Astro Rei, princípo fundamental da vida e da lavoura, base de sua economia e autonomia. Todo esse esplendor foi interrompido ou melhor aviltado pelo sarcástico e assassino Francisco Pizarro e sua horda, que embevecidos pelo vil metal simplesmente arrsaram o povo Inca com suas espadas, lanças e flechas implacáveis, uma maldade atroz que não aliviou crianças, idosos e mulherse em sua sanguinolenta conquista e tentativa de convertê-los ao cristianismo, sim a ditadura marcial católica tentou impingir ao nobre Atahualpa, que seria morto queimado em 1533, mas acabou sendo estrangulado, após se converter com a esperança de se manter vivo, mas foi traído e morto pelos (argh) conquistadores...Uma localidade, uma cultura, uma história que potencializa a redação de milhares de livros, filmes e peças, uma riqueza ancestral admirável que foi destruída a ferro e fogo pelos gananciosos espanhóis e por ser descendente desta raça, me envergonho demais de toda essa matança e crueldade e em diversos momentos que ingeri a Santa Bebida, pude presenciar o Karma coletivo que a raça hispânica (e eu) temos com o povo Inca...Fico muito feliz pelo sucesso da viagem, pelas histórias mirabolantes que ainda ouviremos em seus futuros relatos presenciais e na oportunidade de maturação que uma experiência dessa provocou no trio mochileiro, que causaram muita emoção e energia positiva em suas andnças pela Sudamérica...Uma coisa é certa, este povo com certeza recebeu ajuda de Naves Mães e pequenas Naves para construírem nas alturas, sua civilização com imensos blocos de pedra, recomendo ao trio a leitura do clássico "Eram os Deuses Astronautas", do suíco Erich von Däniken. Finalizo este (longo, tal filho, tal pai) comentário com uma saudação tipicamente Inca (não poderia ser de outro jeito): "O Sol ilumine sempre o teu coração!".
Abração